Sentada em minha cama num dia meio nublado com um sol que já foi há
muito tempo porque a essa altura até o crepúsculo que nem foi tão belo assim também
já se foi. Eu imagino minha vida toda, minha historia toda contada do inicio ao
fim, e todo dia é assim, um eterno inventar de mim, um querer completar o vazio
que falta na minha existência, um deitar a cabeça sobre o mesmo travesseiro e
abraçar o mesmo bichinho de pelúcia e sonhar, em toda noite, vidas diferentes da
vivida todos os dia por mim. Um brilho noturno me chama atenção, quem sabe não é
a lua ensaiando uma aparição para enfeitar o meu céu entristecido, pena ser
apenas mais um farol passando à minha janela, de cortinas fechadas pra não
deixar vazar o interior frágil do recanto, meu quarto, minha fortaleza,
batalhas aqui são travadas diariamente, amores concretizados num fechar de
olhos, aqui estou segura, mas não de mim mesma e de meus próprios medos, um
deles muito contraditório por sinal, o de ficar aqui o resto da vida e não
viver os sonhos que sonhei, mas hoje será um pouco diferente, vou abrir a
janela e deixar que o vento varra os maus pensamentos e quem sabe a brisa
noturna seja alimento para a minha alma e engrandeça minha imaginação e mais
ainda minha coragem, para que eu possa enfim viver tudo que tenho sonhado.
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