Seu sorriso era
encantador, ele percebeu que era dirigido a ele, ela sorria para ele, então
subitamente sentiu um vontade imensa de tomar aquela mulher nos braços, seus
olhar caiu sobre os lábios rose da jovem ruiva e seu sorriso foi diminuindo a
medida que ele sustentava esse olhar, ele não podia resistir, amava loucamente
essa mulher, amava? Ele nunca a havia visto como poderia amá-la, mas não se
importou com esse mero detalhe, enlaçou a cintura da jovem em seus braços e
encostou seus lábios levemente sobre os dela, ao sentir que ela correspondia,
beijou-a com intensidade e paixão. Novamente escuridão, isso o irritava muito,
queria estar com ela e agora era obrigado a voltar à realidade, quanto mais
tempo passava nas sombras, mais percebia como era insano desejar aquela mulher,
ele não a amava afinal, que encantamento seria aquele? Era só no que conseguia
pensar.
Estava novamente
diante da dama de cabelos negros e esta estava mais próxima do que seria
esperado, fazendo-o pensar em porque estavam tão próximos, a não ser que fosse
ela que ele beijara enquanto estava em transe, porque a essa altura ele já
sabia que estava rodeado por magia muito poderosa e tinha sido com toda certeza
enfeitiçado. Mas a jovem morena estava com o olhar perdido, quase que fora de
orbita, agora mais perto ele podia ver a cor de seus olhos, eles eram de um
cinza claro muito brilhante, e por vez ou outra passavam por eles reflexos
violetas que ele não sabia de onde vinham. Vendo que ainda permanecia com as
mão na cintura da moça resolveu afastar-se para não ser novamente agredido, ao
fazer isso ela piscou e voltou a si, ao olhar para ele estava mais assustada e
quando falou sua voz era mais suave e temerosa.
- Você... viu? – não
fazia algum sentido o que ela dizia, mas depois de um tempo constatou que ela
devia falar do transe em que estavam, era óbvio agora, aquilo era uma visão,
talvez uma profecia.
Ele apenas confirmou
com a cabeça, enquanto ela parecia cada vez mais desesperada – Quem é você
afinal? - a pergunta o pegou de surpresa, nem tinha notado que não haviam se
apresentado
- Sou Danush, filho
de Tuarah¹, arqueiro dos exércitos da grande nação de Avenon² - a apresentação
era pomposa demais ele sabia, mas um guerreiro precisava manter sua fama
intacta e vangloriar-se de sua gloria, no entanto a morena mal se abalara ao
saber quem era, notava-se na verdade que ela não fazia idéia de quem era, ou
não se importava nem um pouco, decididamente não era o efeito que seu nome
costumava causar.
- um tuarege, com
certeza um mortal, Tuarah não produz magia há séculos, mas porque conseguiu
chegar à Clareira? – ela falava mais para si do que para ele, Danush não era do
tipo de homem que gostava de ser ignorado, tinha muitas honras e prestigio onde
morava, era o melhor arqueiro do leste da grande nação Avenon, e estava sendo
deveras inutilizado no monologo que a jovem começava a desenvolver – não pode ser,
há algo muito estranho com tudo isso, você não poderia ter visto, somente eu...
Impossível, completamente impossível, ele é um mortal, nem mesmo é um mago
ilegítimo³, ou então teria dito quando apresentou-se para a corte4...
- Ei, mocinha,
porque você não me diz o que é tão impossível? Talvez eu possa ajudar, se você
me disser quem é – ela saiu de sua linha de raciocínio quando interrompida por
ele, olhou-o de cima abaixo novamente com seu ar arrogante.
- um mero mortal,
servir de ajuda a mim? Kelikah, filha de Eauvolch, a grande nação mágica das
terras subterrâneas.
NA¹: mais
um trecho, agora sim feita às devidas apresentações, muito mistério nesse
comecinho de história ^^
NA²: mais
glossário:
¹ expressão que significa pertencer a um clã
²
grande nação do vento, conhecida por produzir talentosos arqueiros
³
sacerdotes da natureza, não possuem magia genuína, extraem essências e venenos
da grande mãe terra para produzir suas poções, seus cultos a natureza são
conhecidos por rituais de proteção e fertilidade.
4expressão usada para designar uma apresentação formal
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