Buscando Poemes

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Auto-im(p)une



Eu adoro o meu instinto de autodestruição, não basta o meu organismo já estar contra mim numa doença auto-imune, na qual o meu corpo produz anticorpos pra combater meu intestino, eu ainda tenho que fazer questão de ver e ouvir coisas que eu sei que vão me machucar, porque agora, os meus leucócitos estão mais interessados em foder com o meu coração. É, simples assim, porque eu insisto em impor a mim mesma situações que só vão me levar às lagrimas, à ira e a desolação sem fim, juntamente com a total mutilação do meu tecido cardíaco estriado. E pra que, pelo simples prazer de ver tudo o que eu sonhei e desejei pra nós ser desfeito em atos nem um pouco significativos, mas que enchem minha mente de pensamentos insanos e improváveis.  Minhocas e morcegos invadem o lugar das lindas borboletas no estomago ao ver tua imagem, sinto uma ânsia e uma vontade de expulsar de dentro de mim todo o sentimento que nutri por você nos últimos meses, mas nem o dedo na garganta me faz vomitar as lembranças de nós, lembranças de momentos tão raros que se eternizam mais fundo em meus ventrículos, aorta, safenas e músculos. E todo esse masoquismo gratuito vem de um desejo de saber, de conhecer e desvendar teus enigmas e cores, mas é somente o rubro do sangue venoso que eu vejo em todo o canto, sem cores, sem sons e sem vida, o desejo por mais me trouxe para mais longe de você, e onde estou agora, não vejo mais nada alem do meu triste reflexo no espelho, um rosto pálido e sem vida, por conta da automutilação que meu ser realiza dentro de mim todos os dias.

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