31 de julho

Não poderia deixar de prestar minha homenagem ao meu querido amigo, parabéns menino que sobreviveu

Nada poderia ser mais clichê do que escrever uma carta de despedida, como tenho certeza que muitos estão fazendo, afinal hoje é 31 de julho dia em que nasceu o personagem mais falado dos últimos tempos: Harry Potter. Sim eu sou fã, não daquelas fanáticas que esperam horas nas filas, ou ate dias, para comprar ingressos da pré estréia, ou adquirir o ultimo livro da serie. É que na verdade nunca me encantou esse universo de devoção cega e desespero, o único universo que me encanta é o da magia, da mágica que exala de cada pagina virada, a magia que invade minha imaginação e transborda os limites da realidade e se transforma no meu próprio mundo potteriano.

Como todo mundo esta se despedindo dessa serie tão famosa, tão comentada e tão inédita, de sua maneira particular, resolvi fazer também a minha homenagem a esse menino que tanto me ensinou durante os anos em que estivemos juntos, porque diferente de um simples espectador, eu estive, em minha mente, ao lado do bruxinho mais famoso do mundo em cada momento de sua vida, andei com ele pelos corredores de Hogwarts, assisti seus treinos e jogos de quadribol, espiei atrás da porta seu primeiro beijo, enxuguei suas lagrimas e vibrei com cada alegria que ele sentia, isso tudo sem sair do meu quarto, sem nem me levantar da cama. Sim porque é assim grande a minha imaginação, eu estava lá quando ele se sentia só e chorei com ele as suas perdas e acompanhei cada segundo de sua maior vitoria.

Apesar de muitos acharem que uma historia fictícia não pode ensinar muito para as crianças e alguns adultos, eu discordo. Usando as palavras de C.S.Lewis, brilhante escritor e autor dAs crônicas de Nárnia: “assim como nem toda literatura infantil é fantástica, nem todos os livros fantásticos são infantis”, desse modo as historias do menino Potter nos revelam coisas fantásticas não só como magia, animais fantásticos ou culinária excêntrica. Elas nos ensinam lições valiosas como amor, coragem, lealdade, companheirismo, perdão, e eleva o nível do heroísmo, colocando um despreparado e desajeitado rapaz como o salvador do mundo, mostrando principalmente que não se pode fazer nada sozinho, pois Harry não seria nada e não teria feito as grandiosidades que fez sem seus amigos, sim não poderia esquecer deles, Hermione e Rony.

Falar sobre essa saga que ocupou preciosos 9 anos da minha vida não é fácil, no inicio eu tinha 11 anos e esperava ansiosa pela minha carta de Hogwarts dizendo que eu freqüentaria a melhor escola de magia e bruxaria da Inglaterra, mas conforme os anos iam passando para mim e para meu amigo eu já sabia que isso não ira acontecer, aos 15 anos eu já tinha acompanhado Harry aprendendo a voar, chorado achando que ele seria morto pelo veneno de basilisco, visto ele conhecer seu padrinho e assistir a ascensão de seu inimigo. Nos anos seguintes entrei para a Armada de Dumbledore, odiei Snape mais do que o normal e vi o meu menino crescer e quase morrer pela 7ª vez. Eu hoje tenho 20 anos e sentirei saudades desse menino, de suas aventuras e de sua sabedoria escondida, mas o fim chega para todos e como eu já escrevi, nem todo fim é trágico, parece dramático, mas esse é sim o fim de um era. Nuca os jovens leram tanto, nem houve mulher que faturou tanto quanto a tia Rowling, aqui pego emprestado o apelido carinhoso de uma escritora de fanfic, porque ela faturou sim, Harry Potter não rendeu só grandes lições, mas também bons galeões a sua criadora.

Bom, acho que estou chegando também ao fim deste texto, não quero despedidas chorosas e nada muito extenso, só quero mesmo agradecer a tia Rowling por ter me apresentado a um rapaz de roupas demasiadas largas, cabelos desgrenhados, óculos circulares e uma cicatriz na testa em forma de raio.