Eu li este livro no ensino médio, um exemplar emprestado por uma querida amiga, num sentido geral não é um livro para se ler no EM, mas quem disse que eu sempre li coisas pra minha idade, enfim vamos ao livro.
No começo de tudo temos as aparições dos personagens centrais da trama, um rapaz que se apaixona perdidamente pela menina mais má que você vai conhecer na vida, o titulo realmente faz todo o sentido nesse livro, o menino Ricardo que se encanta pela desenvoltura da bela menina, que tinha vergonha de sua origem humilde e que gostava de fingir ser parente dos patrões de sua mãe, não faz idéia da encrenca que o homem Ricardo a de enfrentar durante a vida.
A história é cheia de encontros e desencontros, no primeiro sumiço da menina má - que não usa nunca o nome verdadeiro e mesmo quando seu admirador descobre insiste em chamá-la de “minha menina má”, então eu não me lembro do nome dela, vou chamá-la assim também – Ricardo se tornar um tradutor de livros e aprende muito com seus estudos, conseguindo se mudar para Paris, onde sempre sonhou viver, sua imagem de manhã ideal, por sinal muito parecida com a minha, estar sentado na varanda de um bistrô parisiense tomando seu café e lendo o seu jornal, nessa que seria sua melhor faze aparece-lhe de repente uma figura revolucionaria que lhe pede abrigo, sob um pseudônimo esquerdista a menina má surge para revirar a cabeça do nosso camarada, com o perdão do trocadilho, e desaparece tão rápido quanto surgiu.
Ricardo se encontra mais uma vez perdidamente apaixonado pela menina de sua infância, e a menina não o deixa em uma boa situação. Por conta de seu trabalho de tradutor e interprete, Ricardo passa a ser requisitado em diferentes países, numa dessas viagens na Inglaterra ele encontra-se novamente com a mazinha (apelido carinhoso), casada com um homem bem sucedido esbanja luxo e luxuria, ela e Ricardo têm um caso em o pobre coitado é novamente abandonado. Poderia ficar aqui citando todos os encontros caóticos entre a menina má e o menino bocó, mas isso é muito cansativo, então vou resumir, eles se encontram novamente em Tóquio, onde ela já esta casada com outro homem, um depravado sádico, e eu vou poupar vocês dos detalhes sórdidos, que coloca até o pobre Ricardo em maus lençóis, ai quantos trocadilhos meu Deus.
Ai o menino resolve que a vida não presta e resolve pular da ponte, quanto drama, mas uma alma caridosa o salva, um mendigo que ali estava o puxa de volta antes da tragédia.
A vadia volta fugida do Fukuda, o marido sadicopervertido, e o burro do Ricardo a aceita de volta (desculpem a minha opinião tão sincera, mas a idiotice desse homem me enerva).
Este é daqueles livros que poderiam terminar no penúltimo capitulo que é quando você acha que o final está perfeito. Pois bem vejam porque estou dizendo isso: ao fim do capitulo a menina má, que aceita viver com Ricardo porque descobre que somente nos momentos que passou com ele foi feliz, esta passeando com seu amado e se depara com um mendigo e pedi uns trocados ao homem para dar ao pedinte e diz as palavras mais doces que eu já ouvi da boca de uma menina tão má, ela entrega o dinheiro ao mendigo dizendo “obrigada por ter salvado a vida da minha felicidade”. Não é o fim perfeito?
Não porque tem uma merda de outro capitulo e ela o larga de novo, e depois volta com uma doença venérea em estado avançado e o Ricardo ainda tem que cuidar dela até sua morte, ai ele decidi escrever um romance sobre eles, e a megera tem a audácia em seu leito de morte pedir para que Ricardo não a colocasse tão má no livro. Olha! Eu li o livro e se ela é mais má que aquilo ele é bem mais idiota do que eu pensei, pronto falei.
Acho que desabafei minhas frustrações nesse poste, a história me lembra muito o filme Forest Gump que eu gosto muito, mas tem um ar bem mais pesado, e tem o lance de a menina má ter um tipo de autismo que a faz mentir e acreditar nas próprias mentiras, ela doida isso eu sei, mas não sei se isso justifica tudo que ela faz, mas o mais incrível é justamente a atitude do Ricardo, quantos homens fariam o que ele fez? E pergunto mais quantas mulheres que são mais sensíveis e misericordiosas eu penso entenderiam as atitudes dele? Nós somos seres fracos demais para perdoar porque nos consideramos muito fortes para sermos humilhados dessa maneira. Vai ai uma idéia pra gente refletir porque eu também preciso pensar mais nisso.
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